
FAMI-ITÁ
A Fábrica de Artefacto de Metal Italiana, como era conhecida na época, foi fundada pelo imigrante italiano Romeu Masini, que chegou ao Brasil no final do século XIX, e se instalou no bairro Paulistano do Brás, onde trabalhava pelas ruas como afiador de facas e outros instrumentos de corte.
Com o passar do tempo Romeu alugou um pequeno armazém no bairro da Sé, onde prestava seus serviços e comercializava artigos de cutelaria e enfeites para o lar, trazidos de suas viagens à sua terra natal. Com o sucesso dos negócios e as constantes viagens a Europa, viu nos instrumentos cirúrgicos alemães uma excelente oportunidade, passando a incluí-los em sua linha de produtos e a distribuir para as casas cirúrgicas.
Com a primeira Guerra Mundial e a impossibilidade de viajar para a Itália e Alemanha, Romeu decidiu fabricar alguns desses produtos aqui no Brasil. Comprou um terreno em São Caetano do Sul, ao lado da São Paulo Railway, e construiu a primeira sede da FAMI em 1915, onde além dos serviços que já prestava na sua antiga loja, passou a fabricar, a pedido de seus clientes, estojos e tambores para o uso médico-hospitalar.
Matheus Constantino, filho de um comerciante vizinho e amigo da família Masini, veio trabalhar na indústria e acabou se apaixonando e casando com a filha mais velha de Romeu – Josephina. Com o precoce falecimento de Romeu em 1928, Matheus assumiu a metalúrgica, e trouxe seu irmão Salvador, detentor de grandes habilidades manuais para trabalhar com ele.
Com a entrada do Brasil na segunda Guerra Mundial foi intensificada a repressão às nacionalidades ligadas às Potências do Eixo: alemães, italianos e japoneses. Foram anunciadas medidas que fizeram com que a FAMI alterasse parte da sua razão social de “Italiana” para “Itá” como se mantém até hoje.
Quando o filho mais velho de Matheus, Concetto, assumiu a direção da FAMI, começou a primeira importante modernização da empresa, com investimento em novas máquinas e ferramentas para produção seriada. Após alguns anos chamou seu cunhado Welington Pesinato, que já cuidava da parte contábil da empresa, para trabalhar com ele.
Com a morte de Concetto, Welington trouxe seu filho William Pesinato, engenheiro mecânico, e seu sobrinho Alexandre Nardi, estudante de Direito, para trabalharem na empresa. Nessa época foram aprimorados os processos produtivos, aplicados controles de qualidade, máquinas foram substituídas e novos mercados passaram a ser explorados.
Em 2004, William e Alexandre, bisneto e tataraneto de Romeu, passaram a dirigir a empresa e juntos conseguiram, com investimento em equipamentos, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, capacitação de funcionários e consolidação no mercado externo, transformar a antiga metalúrgica em uma das mais importantes empresas fornecedoras de produtos e soluções para Centrais de Material e Esterilização.